26 de jan. de 2009

DE SEMENTE A UMA ÁRVORE EM TRANSIÇÃO...

Ninguém é; a gente apenas vai se tornando...

Às vezes fico olhando para trás, tentando me lembrar de mim mesmo em todas as fazes de minha existência até aqui.

Procuro lembrar de meus sentimentos sobre mim mesmo e o mundo. E o que vejo é que mudei o tempo todo, não no eixo de minha fé e compreensão do Evangelho, mas, sobretudo, mudei em relação a mim mesmo e ao mundo.

Vejo-me como uma semente. Uma semente que cresceu. Cresceu e deu frutos em estações diferentes. Só que agora é uma árvore. O fruto é o mesmo, mas a qualidade do sabor mudou.

Já fui semente em Vaso.

Já fui planta de ornamentação de festas.

Já fui Bonsai de igreja.

Já fui plantinha acondicionada para viagem.

Já fui árvore transplantável.

Já fui árvore arrancada...

Já fui árvore cortada até à cepa.

Já morri...

Já fui ramo do que um dia foi meu tronco.

Já vi o ramo vencer o tronco antigo.

Já vi a velha árvore se tornar em outra sem deixar de ser a si mesma.

Hoje sou aquela semente ainda, mas travestida pelo tempo na forma de uma árvore mutante.

Como árvore, assumi meu lugar, meu chão; e dele não me movo mais.

Minhas mudanças não são mais de lugar, mas de qualidade no fruto.

Antes eu era uma árvore que dizia: Vim até aqui. Trouxe frutos. Comam!

Hoje, no entanto, apenas digo: Se quiser comer, venha; se achar que meu fruto é bom, coma.

Esta é a parcial viagem entre o menino e o homem, entre a semente e a árvore.
Caio Fábio
Ora, todos nós estamos fazendo a mesma viagem, apenas com nuances diferentes.

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