Em 12 de agosto 1859 chegava ao Brasil o Rev. Ashbel Green Simonton. O jovem missionário, de 26 anos, chegava a um país grandioso, imperial, reinado por dom Pedro II e ele mesmo registrou em seu diário naquele momento: “É um lugar lindo, o mais singular e radiante que jamais vi, estou pronto para desembarcar”. Foram quase dois meses de viagem desde sua partida de Baltimore, Estados Unidos, até o início da realização do seu plano de servir a Deus em solo brasileiro. Naquele ano o Brasil já desfrutava de certa liberdade religiosa e aceitava a presença de protestantes em seu solo. O que havia sido bem diferente com outros missionários vindos anteriormente, pois a coroa portuguesa sempre fez o possível para impedir o trabalho missionário em terras brasileiras. Assim ele registrou sua chagada ao Brasil: “Senti dificuldade em descrever a emoção que tomou conta de mim ao ver aqueles picos altaneiros dos quais tenho ouvido falar e lido tantas vezes, os quais me dizem que a viagem terminou e cheguei ao meu novo lar e campo de trabalho”.Foram oito anos de trabalho intenso até a data de seu falecimento, em 1867. O país atravessava uma crise em relação à saúde, pois várias doenças como tuberculose, febre amarela e cólera aconteciam em escalas epidêmicas e resultavam em muitas mortes, e dentre elas a do próprio Simonton. Mas neste pouco tempo de ministério ele pode realizar o lançamento do primeiro periódico protestante do Brasil - a Imprensa Evangélica. Pôde ainda ver a organização do Presbitério do Rio de Janeiro, e a criação de um seminário teológico. Como desdobramento da semente plantada por este missionário, hoje somos cerca de 1 milhão de presbiterianos no Brasil, vários seminários, hospitais, escolas, universidades e também outras igrejas como Cristã Maranata e Cristã do Brasil, que mesmo não tendo permanecido nas raízes de sua origem são igualmente devedoras ao trabalho daquele irmão. E estamos aqui olhando apenas para o Brasil, sem considerar os desdobramentos missionários em outros países. Dia 12 de agosto de 2008 fizemos 149 anos de Brasil, entramos agora na caminhada dos 150 anos (sesquicentenário) desde a chagada de Simonton. Ele plantou aqui uma semente e esta frutificou de maneira imensurável. A nossa história como denominação nos coloca diante de vários desafios, vamos concluir com três deles:
1. Acredite no poder da semente: Simonton deu sua vida por esta semente do evangelho. Ele deixou uma situação de conforto em sua pátria e veio para um Brasil hostil. Retornou aos EUA rapidamente para se casar, viu sua esposa morrer em solo Brasileiro e ele também morreu aqui. Não somente suas palavras, mas suas vidas lançadas em terras brasileiras como semente do evangelho. Simonton e Helen acreditaram no poder da semente e viram seus frutos ainda antes de morrerem por ela. Creia que este evangelho é o poder de Deus para salvação de todo que crê.
2. Plante uma semente onde você estiver: evangelize, fale da palavra de Deus que é a boa semente, pois não dá para mensurar o poder que Ele colocou na semente. As coisas mais surpreendentes podem acontecer à partir deste gesto simples de lançar sementes no solo. Gigantescas florestas são plantadas por pequenos pássaros que espalham sementes por onde passam. Espalhe intencionalmente as sementes por onde você passar.
3. Invista no poder da semente: invista oração, pregação, estudo, tempo, dinheiro, vida. Não há investimento de retorno melhor, pois há lucros imensuráveis para esta vida e para a eternidade.